segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Por que o belo tem um quê de esquisitice



Gosto do que pouca gente se dá conta. Gosto, por exemplo, dessas pessoas que usam roupas fora de moda. Essa gente que usa a saia do verão passado, sem, absolutamente, se importar com isso. Exalam alegria consigo mesmas naquele vestido há muito longe das passarelas, e que coisa linda!
Gosto de ver pessoas acordando. Dá uma sensação de intimidade deliciosa um bom dia descabelado de quem quer que seja. Gosto de ouvir música nova, mesmo que não seja necessariamente nova: basta que eu nunca tenha ouvido.
Gosto mesmo de descobrir o inesperado. Se não gosto de pagode, quero logo descobrir uma boa música de pagode (ao menos uma) pela qual eu me apaixone perdidamente. Se não gosto de uma banda, vou ao show.  Sempre esperando descobrir algo maravilhoso que me faça mudar de idéia.
O mesmo eu costumo fazer com as pessoas. Sempre gostei de ser amiga do patinho feio, e não confunda isso com piedade. É que pessoas incompreendidas exercem um certo fascínio sobre mim. Ao contrário, pessoas que gostam de chamar a atenção geralmente não chamam a minha. Gosto de gente exótica pela própria natureza. Gente que acredita na gente, que aceita a gente.
Dessas pessoas que mudam de emprego, de cidade, de cabelo, de casa, de opinião... Essas pessoas desapegadas de dogmas e regras inúteis, que se apegam apenas ao que importa: valores e pessoas. 
Gosto, principalmente, da doçura. A doçura exagerada que para muitos é irritante, comigo é tiro e queda: Caio de amores. O sarcasmo forçado como artefato patético para chamar a atenção me faz soluçar de tanto rir. Só gente estúpida precisa se esconder.
Gente sincera me ganha também. Aquela sinceridade sempre conveniente de te dizer o que você precisa ouvir, sem jamais te magoar. Gente que não precisa de pequenas mentiras para agradar. Agradar com verdades é uma arte pra poucos, e eu gosto dos poucos.
Gosto de belezas incompreendidas, estrambóticas, que beirem o esquisito. O belo nunca é monótono. É estranho, inconveniente, inimaginável. É aquilo que não se revela, mas espera ser descoberto.

domingo, 4 de agosto de 2013

12 coisas que os internautas modernos precisam aprender - e com urgência.


   1.       Comida foi feita pra comer, não pra fotografar;

   2.       Ainda não descobriram qual é a melhor coisa de um relacionamento, mas definitivamente não é mudar o status do facebook;

   3.       O número de ‘curtir’ no seu status não traduz o quão legal você é. Por mais idiota que uma coisa seja, haverá sempre muitos idiotas pra curtir.

4.       Haghtags desnecessárias são um saco;

5.       Ninguém quer saber pra onde você vai partir;

6.       Só compartilhe algo com seus amigos se isso for interessá-los. Se você gostou, mas o conteúdo não é útil pra ninguém, não faz o menor sentido compartilhar. O botão “curtir” foi feito pra isso.

   7.       Ninguém precisa saber todos os lugares em que você foi, então, manera no chec-in (Especialmente os do tipo “Na minha humilde residência”, né?;

   8.       Grupos no facebook são feitos pra encontrar pessoas, sim, mas não precisa postar uma foto por dia com a legenda “querendo alguém pra me esquentar nesse friozinho”; Cheira a desespero.

9.       Seria legal abdicar de 15 minutos de facebook pra ler regrinhas ortográficas, né? Português correto, no mínimo.

10.   Se você saiu pra curtir a noite, curta a noite. Não precisa postar no instagram a cada dez minutos, só pra os seus amigos saberem o quanto o seu sábado está sendo legal.

11.   Foto fazendo careta também é desnecessário. Descubra outro jeito de mostrar que você é bonito (a) de qualquer jeito.

12.   E, é claro, é sempre bom lembrar: Viver é melhor que postar.

 

 

quarta-feira, 31 de julho de 2013



Crônica do amor cotidiano


Te olho demoradamente e não consigo encontrar um só motivo para não ser a mulher mais feliz do mundo. Nossa felicidade não precisa de euforia. Está nos detalhes, em como fazemos a janta ou dormimos abraçados depois de um dia cansativo.
                Está no modo como nos programamos para ir ao show do ano, e depois descobrimos que não foi tão bom assim. Ou como vamos, de última hora, assistir a um artista que nem gostamos tanto e depois quase nos convencemos de que aquele foi o melhor show de nossas vidas. Está no modo como rimos sonoramente de casais cafonas que ainda trocam senhas, e nos lembramos, com risadinhas envergonhadas, que também já vivemos essa fase.
                É incrível como não precisamos de receita quando estamos lado a lado. Somos a receita um do outro. Somos felizes mesmo quando as contas estão atrasadas e não temos grana para viajar. Afinal, somos “gente de humanas que faz um monte de coisas que não dá dinheiro”, e somos felizes assim. Escandalosamente felizes.
                Gosto do cheiro da nossa casa. É o nosso cheiro que se fundiu. O cheiro das nossas roupas, das nossas colônias misturadas, do desinfetante que a gente escolheu. Gosto do jeito como você me olha quando quer que eu te busque algo, e sempre me divirto sozinha do jeito como eu nego e depois vou buscar. Amo o jeito como você acorda, dengoso, sonolento e meio confuso. É uma espécie de presente sentir toda a nossa energia boa logo de manhã.
                Amo a nossa plenitude sutil, os nossos feriados etílicos com amigos-irmãos e boa música pra embalar, ou os nossos domingos preguiçosos em que transbordamos de amor. Nós costumamos transbordar. Do mesmo modo, eu também amo os nossos excessos. Exagerar é bom de vez em quanto. Eu amo até as nossas despedidas, quando eu sei que você caminha para a alegria. Mesmo longe de mim, o seu sorriso me traz uma energia boa que me alimenta. Amo, sobretudo, a sua volta. Nos abraçamos demoradamente como quem corre atrás do prejuízo que a saudade causou.
                               Eu amo cada coisa que a gente compartilha. Músicas, filmes, fluidos. Tudo. A nossa vida é uma festa permanente, ora musical, ora silenciosa, ora tranqüila, ora agitada. Mas sempre uma festa.

terça-feira, 16 de julho de 2013

 

Mulher Pra Casar X Mulher Pra comer - Porque o mundo moderno não comporta esse estereótipo



Santa na rua e puta na cama: Era assim que a sua avó dizia que vc deveria ser. Então, quem poderá te repreender por considerar isso uma verdade absoluta?
A verdade é que o conceito de puta já não cabe mais, e isso não tem nada a ver com moralismo. É que os valores mudaram, e os anseios também.
A mulher dos anos vinte esperava um homem solteiro e de boa família, que tivesse uma profissão e pudesse casar-se com ela, lhe dar um nome e o sustento. Já o homem queria uma bela dama, a depender da situação nem precisava ser tão bela. Se fosse prendada e fértil estava bom. A qualidade sexual não estava em cheque. Aliás, quem falava em sexo?
O cavalheiro procurava a tal qualidade sexual (a boa e velha putaria) no cabaré, o nosso conhecido puteiro. A dama ficava em casa, bordando, sufocada pelos desejos que reprimia.
Por essas e outras eu sou grata pra caralho por ser desse século. Num tempo em que homens e mulheres não dependem um do outro pra nada além de questões sentimentais e sexuais, o que é que se busca? Eu vos explico - sem rodeios e sem pudores: O mundo moderno quer putaria.

O homem moderno quer uma puta - isso mesmo, uma puta - pra levar pro altar vestida de branco. Desculpem-me as beatas, mas mulher cheia de pudores no mundo moderno é considerada, no mínimo, bem cafona. No mundo moderno, mulher pra casar é mulher pra comer - e gostoso.
É mulher pra dividir as contas, as tarefas, as fantasias, e todo o resto. Casamento não é mais um contrato. É parceria. O mundo moderno é feito de pessoas completas - e que querem transbordar.

segunda-feira, 10 de junho de 2013




A verdade é que se pode reconhecer uma mulher marcante há quilômetros de distância. Sem precisar sentir o perfume forte ou ver o batom vermelho. A mulher marcante dispensa acessórios, é completa em si mesma. Não precisa anunciar-se, por que tem o dom de não passar despercebida. A mulher marcante nunca pretende incomodar, não gosta de provocar a inveja alheia. Um olhar de despeito não torna o seu dia mais alegre, pelo contrário, lhe é indiferente. A mulher marcante sabe bem do seu poder, por isso consegue admirar tranquilamente a beleza alheia, elogiar a grandeza de outrem sem sentir-se diminuída.  Vez ou outra ela sai bem vestida e bem maquiada, mas por trás daquilo tudo ainda exala um aroma de naturalidade que encanta. Cultua a beleza porque gosta, mas definitivamente não precisa. A sensualidade está presente, mas não se pode dizer de onde ela vem.
A mulher marcante é, sobretudo, sutil. Ela não grita aos quatro ventos a própria virtude, ela não precisa humilhar outras mulheres ou provocar os ex-namorados. Ela realmente faz toda a diferença. Ela sabe ser dispensada com um ar sensato que faz qualquer galã sentir-se um babaca. Ninguém jamais a abandona sem que se arrependa amargamente pelo resto da vida, e ela guarda um encanto que não deixa espaço pra críticas maldosas. Ela é do tipo que não quebra promessas e não omite os próprios defeitos. Ela se aceita e nunca se desculpa por ser quem ela é. Ela compreende a efemeridade das coisas e das pessoas, mas se recusa terminantemente a ser efêmera. E não poderia ser, mesmo que quisesse, porque ela sempre vem pra ficar. Mesmo depois que vai embora, de alguma forma ela fica, porque é do tipo de mulher que não precisa se fazer presente para ser lembrada.
A mulher verdadeiramente marcante nunca se diz melhor que as outras, embora em muitos aspectos ela seja. Ela guarda os seios bem guardados numa blusinha discreta, em vez de espremê-los num sutiã menor que o seu manequim.
A mulher marcante não se importa de ter gostos peculiares. Ela não segue tendências, mas também não persegue a originalidade a todo custo. Ela não tem vergonha (e nem orgulho) de dizer que gosta do que ninguém gosta, ou que gosta do que todo mundo gosta. A opinião alheia nunca é um problema para ela, porque, verdadeiramente, ela se basta. Sem petulância e sem egoísmo, ela se basta. E por isso mesmo ela não sente necessidade de falar de si mesma, quase nunca.
Esse tipo de mulher sofre constantemente com a inveja alheia, embora, na maioria das vezes, sequer se dê conta. Ela se ocupa em tornar-se alguém melhor e superar os próprios limites, ela gosta tanto de distribuir bons sentimentos que os sentimentos ruins passam despercebidos diante de seus olhos. E isso a torna, de certo modo, inatingível. Embora não queira e não precise incomodar, ela incomoda. E muito. Desperta, na verdade, uma enorme curiosidade em torno do que a faz tão atraente. Pouca gente entende. Não se sabe qual é o traço que chama tanta atenção, ninguém consegue identificar a virtude que a torna tão marcante. Mulheres marcantes são, sobretudo, raras.
É curioso: Quanto mais ela se esconde, mais evidente fica. Quanto mais neutra busca ser, mais marcante se torna. Leveza é o seu sobrenome, mas a sua presença pesa como nenhuma outra.

domingo, 12 de maio de 2013

Você gostaria de se relacionar com alguém como você?




Você passa o dia inteiro de mau-humor porque ele não colocou o lixo pra fora e deixou, outra vez, os sapatos fora do lugar, com as meias para fora daquele jeito que você detesta. Como se não bastasse, ele saiu depois de você e esqueceu de arrumar a cama de novo. E como você detesta cama bagunçada, você quase começa a se arrepender daquele homem que atura a sua TPM e ainda leva pra casa o seu doce predileto.
A verdade é que costumamos agir como se fôssemos perfeitos, e, pior ainda, como se merecêssemos alguém perfeito. E no ápice da nossa perfeição, não podemos aceitar alguém que esquece de pôr o lixo. Já imaginou quantos caras incríveis você perdeu só porque tinham uma barriguinha ou mal gosto musical? Quantos “príncipes” deixou passar só porque não vieram num cavalo branco (ou nada cafona do tipo)? Pois é, tem muita gente perdendo um grande amor por imperfeições que só provam que aquele ser que dorme com você toda noite é humano. Como você.
Agora você tem que se perguntar: Eu gostaria de me relacionar com alguém como eu? Quer dizer, eu ponho o lixo pra fora e deixo a cama sempre arrumada, os sapatos milimetricamente colocados na sapateira. Então, pera lá, você adoraria se relacionar com alguém como você! Não, olha de novo. Procura direitinho. Você aturaria aquela crise de ciúmes, que foi a milésima, que você teve semana passada? Você conseguiria sorrir e abraçar gostosamente o cara que acabou de te encher o saco, de novo, porque você curtiu a foto daquele cara?
Pois é. Você não agüentaria nem vinte e quatro horas com alguém como você. Não é questão de amor por si mesmo, nada disso. Você se adora, mas não namoraria alguém como você. Alguém que, apesar de cheio de defeitos, idolatra a perfeição e exige demais. Principalmente alguém que exige demais: Romantismo na medida; Nada de grude, mas também não deixe de se importar; Ame a minha mãe, vá aos almoços de família e sorria; Ature a minha TPM e leve o meu doce predileto, e nada de sapatos fora do lugar. Ah,e não se esqueça de aceitar os meus defeitos e suprimir os seus. E ser bem feliz assim.
Assim como você, o outro tem defeitos. E, acredite, é melhor assim, porque a perfeição é um completo tédio. A gente consegue ser feliz de verdade quando entende que o amor,mesmo por alguém imperfeito, (principalmente por alguém imperfeito), é um privilégio.