segunda-feira, 10 de junho de 2013




A verdade é que se pode reconhecer uma mulher marcante há quilômetros de distância. Sem precisar sentir o perfume forte ou ver o batom vermelho. A mulher marcante dispensa acessórios, é completa em si mesma. Não precisa anunciar-se, por que tem o dom de não passar despercebida. A mulher marcante nunca pretende incomodar, não gosta de provocar a inveja alheia. Um olhar de despeito não torna o seu dia mais alegre, pelo contrário, lhe é indiferente. A mulher marcante sabe bem do seu poder, por isso consegue admirar tranquilamente a beleza alheia, elogiar a grandeza de outrem sem sentir-se diminuída.  Vez ou outra ela sai bem vestida e bem maquiada, mas por trás daquilo tudo ainda exala um aroma de naturalidade que encanta. Cultua a beleza porque gosta, mas definitivamente não precisa. A sensualidade está presente, mas não se pode dizer de onde ela vem.
A mulher marcante é, sobretudo, sutil. Ela não grita aos quatro ventos a própria virtude, ela não precisa humilhar outras mulheres ou provocar os ex-namorados. Ela realmente faz toda a diferença. Ela sabe ser dispensada com um ar sensato que faz qualquer galã sentir-se um babaca. Ninguém jamais a abandona sem que se arrependa amargamente pelo resto da vida, e ela guarda um encanto que não deixa espaço pra críticas maldosas. Ela é do tipo que não quebra promessas e não omite os próprios defeitos. Ela se aceita e nunca se desculpa por ser quem ela é. Ela compreende a efemeridade das coisas e das pessoas, mas se recusa terminantemente a ser efêmera. E não poderia ser, mesmo que quisesse, porque ela sempre vem pra ficar. Mesmo depois que vai embora, de alguma forma ela fica, porque é do tipo de mulher que não precisa se fazer presente para ser lembrada.
A mulher verdadeiramente marcante nunca se diz melhor que as outras, embora em muitos aspectos ela seja. Ela guarda os seios bem guardados numa blusinha discreta, em vez de espremê-los num sutiã menor que o seu manequim.
A mulher marcante não se importa de ter gostos peculiares. Ela não segue tendências, mas também não persegue a originalidade a todo custo. Ela não tem vergonha (e nem orgulho) de dizer que gosta do que ninguém gosta, ou que gosta do que todo mundo gosta. A opinião alheia nunca é um problema para ela, porque, verdadeiramente, ela se basta. Sem petulância e sem egoísmo, ela se basta. E por isso mesmo ela não sente necessidade de falar de si mesma, quase nunca.
Esse tipo de mulher sofre constantemente com a inveja alheia, embora, na maioria das vezes, sequer se dê conta. Ela se ocupa em tornar-se alguém melhor e superar os próprios limites, ela gosta tanto de distribuir bons sentimentos que os sentimentos ruins passam despercebidos diante de seus olhos. E isso a torna, de certo modo, inatingível. Embora não queira e não precise incomodar, ela incomoda. E muito. Desperta, na verdade, uma enorme curiosidade em torno do que a faz tão atraente. Pouca gente entende. Não se sabe qual é o traço que chama tanta atenção, ninguém consegue identificar a virtude que a torna tão marcante. Mulheres marcantes são, sobretudo, raras.
É curioso: Quanto mais ela se esconde, mais evidente fica. Quanto mais neutra busca ser, mais marcante se torna. Leveza é o seu sobrenome, mas a sua presença pesa como nenhuma outra.

domingo, 12 de maio de 2013

Você gostaria de se relacionar com alguém como você?




Você passa o dia inteiro de mau-humor porque ele não colocou o lixo pra fora e deixou, outra vez, os sapatos fora do lugar, com as meias para fora daquele jeito que você detesta. Como se não bastasse, ele saiu depois de você e esqueceu de arrumar a cama de novo. E como você detesta cama bagunçada, você quase começa a se arrepender daquele homem que atura a sua TPM e ainda leva pra casa o seu doce predileto.
A verdade é que costumamos agir como se fôssemos perfeitos, e, pior ainda, como se merecêssemos alguém perfeito. E no ápice da nossa perfeição, não podemos aceitar alguém que esquece de pôr o lixo. Já imaginou quantos caras incríveis você perdeu só porque tinham uma barriguinha ou mal gosto musical? Quantos “príncipes” deixou passar só porque não vieram num cavalo branco (ou nada cafona do tipo)? Pois é, tem muita gente perdendo um grande amor por imperfeições que só provam que aquele ser que dorme com você toda noite é humano. Como você.
Agora você tem que se perguntar: Eu gostaria de me relacionar com alguém como eu? Quer dizer, eu ponho o lixo pra fora e deixo a cama sempre arrumada, os sapatos milimetricamente colocados na sapateira. Então, pera lá, você adoraria se relacionar com alguém como você! Não, olha de novo. Procura direitinho. Você aturaria aquela crise de ciúmes, que foi a milésima, que você teve semana passada? Você conseguiria sorrir e abraçar gostosamente o cara que acabou de te encher o saco, de novo, porque você curtiu a foto daquele cara?
Pois é. Você não agüentaria nem vinte e quatro horas com alguém como você. Não é questão de amor por si mesmo, nada disso. Você se adora, mas não namoraria alguém como você. Alguém que, apesar de cheio de defeitos, idolatra a perfeição e exige demais. Principalmente alguém que exige demais: Romantismo na medida; Nada de grude, mas também não deixe de se importar; Ame a minha mãe, vá aos almoços de família e sorria; Ature a minha TPM e leve o meu doce predileto, e nada de sapatos fora do lugar. Ah,e não se esqueça de aceitar os meus defeitos e suprimir os seus. E ser bem feliz assim.
Assim como você, o outro tem defeitos. E, acredite, é melhor assim, porque a perfeição é um completo tédio. A gente consegue ser feliz de verdade quando entende que o amor,mesmo por alguém imperfeito, (principalmente por alguém imperfeito), é um privilégio.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Um Parêntese Sobre a Carência



Você chega sem nenhuma palavra, e eu me calo diante da vontade quase irresistível de contar cada detalhe do meu dia. Te dizer que outra vez eu trabalhei demais e que alguém gritou comigo no trânsito, esperando um afago doce pra compensar o stress que começou às 6 a.m.

Você se deita despretencioso e procura um canal interessante, e o mais interessante pra mim é aquele seu jeito de ficar imóvel numa posição confortável. Te faço um carinho quase involuntário esperando, em troca, o abraço mais forte do mundo, tão forte que me sufoque. Pois é, eu ainda não larguei dessa mania estranha de sempre esperar por você.

Num dia comum eu procuro intensidade, você me conhece, eu sou intensa demais e não funciono com quases.Um quase abraço me angustia e um quase sorriso me deixa uma sensação estranha de vazio e de ausência. É clichê, eu sei.

Viro de lado e em vez de dormir tranquila, fico pensando nesse meu jeito dramático e em porquê eu não consigo ver as coisas com simplicidade. É que ser simples não é o ponto forte de alguém que escreve crônicas melosas numa manhã de quinta, e eu sou brega como todo poeta.

De novo você vai embora, e no fundo eu entendo que é preciso, mas aquela vontade louca de te pedir pra ficar quase chega a incomodar.É que eu gosto mesmo daquele amor meloso e cafona que o chico canta. Mas, você sabe, amor não se pede.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Olha ela – Sobre a mania feminina de fazer da própria vida uma grande competição



Você pode até não admitir, mas também sofre da síndrome da competitividade constante (e desnecessária).  

Dizeres como “a mulher não se arruma para os homens, mas para outras mulheres” são mesmo clichê, mas fazem total sentido, e a paixão das mulheres pela moda é prova mais do que segura disto. Não se engane: Seu namorado acha ridículo aquele seu shortinho com bolsos de lantejoulas para fora, fica mini-assustado quando você usa sombra neon e não se importa se o vestido da moda é um “peplum”, ele gosta mesmo daquele tubinho da estação passada que te deixa (muito) gostosa. E mesmo assim, o que é que a gente escolhe? Pois é, os modelitos das vitrines. Por que mais nos vale um olhar feminino de inveja do que um olhar masculino de desejo.

Maluquices femininas a parte, e racionalmente falando, qual é o sentido dessa nossa mania de competir com todas as outras mulheres? Nem Freud explica. Perdemos tempo nos vestindo de uma maneira que, na maioria das vezes, sequer nos agrada. Acordamos mais cedo pra dar tempo de fazer maquiagem, vamos pra a academia em dias de preguiça e, o que é pior, nos forçamos a ser quem não somos para agradar pessoas com quem não nos importamos, e que também não se importam com a gente. De fato não faz nenhum sentido.

Você sabe que amadureceu quando para de viver para o outro, porque compreende que a vida é um presente só seu, do qual você tem a irrenunciável obrigação de desfrutar. Você para de usar sapatos lindos e desconfortáveis, para de se importar se a sua bunda ou o seu cabelo não fariam inveja pra a vizinha da frente, e, o melhor de tudo, para de abdicar de si mesma por uma competição inútil. Você segue tendências, sim, mas só se combinarem com o seu estilo. Você se cuida, mas se cuida pra você. Porque o olhar do outro deixa de ser o centro da sua vida. E aí você passa a ter muito mais tempo para a única coisa que importa nessa vida que é ser feliz. Quando se ocupa em amar a si mesma e às pessoas que te amam, você deixa de perder tempo empenhando-se em competir com pessoas desimportantes, que não acrescentam nada, não mudam nada, só sugam tempo e energia. E aí a vida passa a fazer todo o sentido do mundo.








terça-feira, 7 de maio de 2013

Sobretudo, bem-vindos!

Um cantinho pra compartilhar amor e poesia com quem possa interessar

Atitude, relacionamentos, amor, cotidiano e, sobretudo, muita poesia. Por que a vida é um belo soneto dissonante.

Bem vindos!